Medo de barulho

Ano novo chegou e com ela os fogos de artifício. É melhor preparar seu animal de estimação.

O medo é a emoção mais forte dos animais. Fundamental à sobrevivência, as informações ligadas ao medo são prontamente acionadas pelo cérebro, em situações de risco, provocando reações que nem sempre são controladas. 

AS CAUSAS DO MEDO

- SENSIBILIDADE AUDITIVA: cães e gatos ouvem muito mais que a gente; barulhos altos, além de causar desconforto, representa perigo; 

- PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA: alguns animais são mais reativos a estímulos que outros; característica herdada dos pais que pode ser reforçada pela criação;

- EXPERIÊNCIAS TRAUMÁTICAS: situações de estresse vividas na infância deixam sequelas e influenciam a personalidade, gerando adultos tímidos e medrosos;

- BAIXA SOCIALIZAÇÃO: tolerância depende da memória de estímulos aprendidos nos 3 primeiros meses de vida; os estímulos ambientais vivenciados na infância ficam registrados no cérebro e passam a fazer parte da vida do animal; filhotes bem socializados se adaptam melhor às circuntâncias do barulhento mundo humano;

- CONDICIONAMENTO: medo recompensado pelo dono. A super proteção fragiliza e impede o amadurecimento do animal;

- DEFICIT COGNITIVO: dificuldade de aprender com a experiência e de entender códigos sociais (gatos); não consegue diferenciar, a partir do contexto, se determinado estímulo é um perigo real.



TIPOS DE MEDO

- DE BARULHO: rojões, trovão, tiro, sirenes, motores, alarme, eletrodomésticos (secador, aspirador de pó, liquidificador, batedeira etc);

- DE MOVIMENTO: carro, avião, ônibus, moto, multidão;

- DO DESCONHECIDO: objetos, pessoas, lugares.



INTENSIDADE DO MEDO

- GRAU MODERADO: resposta instintiva a estímulos sensoriais sem prévia habituação; defesa da integridade física diante de situação percebida como ameaça; reação de luta (latido compulsivo) ou fuga (isolamento);

- GRAU ELEVADO: perda de controle emocional, transtornos por estresse e ansiedade, aumento dos batimentos cardíacos, respiração ofegante; tentativa desesperada de fuga (cava piso e parede, pula janela, escala muro);

- GRAU FÓBICO: colapso nervoso, tremores, convulsão, desmaio, perda da consciência, incoordenação motora. Em casos extremos, infarto.



TRATANDO O MEDO

- FLORAIS: Aspen, Mimulus, Wallnut, Rock Rose;

- HOMEOPATIA: Ignatia, Borax, Gelsemium, Phosphorus, Anizen spray;

- CALMANTE: Valeriana, Maracugina;

- RELAXANTE MUSCULAR: Dramim B6, Acepran gotas;

OUTRAS ESTRATÉGIAS 

 - Protetor de ouvido ameniza o barulho; os de algodão parafinado (vendidos em farmácias de manipulação), são mais confortáveis e encaixam bem no canal auditivo.

- Rota de fuga livre (essencial para gatos), um local seguro para se esconder;

- Massagem na região da coluna estimula a produção de neurônios relaxantes; ajuda a acalmar sem reforçar o medo.



TERAPIA E PREVENÇÃO

- DESSENSIBILIZAÇÃO: exposição lenta e gradual aos estímulos geradores do medo, com associação positiva;

- HABITUAÇÃO: introduzir estímulos sonoros à rotina (CD para Tiro e Trovão) - o animal vai aos poucos se acostumando com os sons; vestimenta compressiva (THUNDERSHIRT) - funciona como "abraço", diminui a ansiedade e o medo;

- OBEDIÊNCIA E SOCIALIZAÇÃO: estimulação sensorial (tato e audição) da infância à idade adulta, adestramento e contato social permanente.


ENCARANDO O MEDO

- Carinho SIM, colo NÃO!

- Respeite os LIMITES, não force a barra. Em pânico, seu pet pode morder se insistir em tocá-lo, espere ele se acalmar, fique perto apenas.

- Aja com NATURALIDADE, transmita SEGURANÇA. Faça seu pet entender que pode contar com você.

- Estimule AUTONOMIA, valorize atos de CORAGEM.

- Proponha BRINCADEIRAS nos momentos difíceis. Faça seu pet entender que Natal, Réveillon e Copa do Mundo fazem parte da vida!

IMPORTANTE

- Não deixe pra última hora, prepare com antecedência, nenhuma estratégia irá funcionar da noite pro dia.

- Peça indicação de medicamentos e doses adequadas, calmantes só devem ser usados sob supervisão criteriosa do médico veterinário.

- Animais idosos merecem atenção especial por serem mais vulneráveis. Proteção é a melhor estratégia.

- Filhotes aprendem a lidar com barulhos de maneira natural, basta um dono que saiba tornar a vida mais simples!  



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